Toponímias do Vale do Paraíba

Bruno Brito
1 min readOct 22, 2023

Revisando algumas vezes o mapa do Vale do Paraíba, tomei nota dos principais nomes de cidades e distritos que continham sua matriz indígena ou cristã. O resultado, diferente do que imaginei (mais nativo), é simétrico e curiosamente contém a mesma quantidade em ambos os lados.

Acontece que, diferente das alcunhas santificadas, as toponímias indígenas nos descrevem a essência do lugar e fornecem informações valiosas sobre suas características paisagísticas de fauna, flora e relevo, por exemplo.

Suponho que se considerássemos os nomes de rios, riachos, praias, montanhas e demais tipos de sítio, certamente a balança penderia para os vocábulos tupi-guarani.

Se bem me lembro, há uma palestra em que Aziz Ab’Saber comenta o fato de os indígenas não se valerem de mapas ou aparatos de navegação, já que os nomes dos lugares descreviam o que viam a frente e, logo, o caminho se dava pela própria experiência do corpo no espaço narrado, memorizado e, por que não, intuído.

Se não fôssemos analfabetos de nossa própria língua-mãe, provavelmente não nos perderíamos tanto no Planalto de Piratininga, pelo Vale do Anhangabaú, na descida da Tabatinguera, nos charcos do Ibirapuera, nas margens do Tamanduateí ou nos barros brancos da Tabatinga.

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